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QUEM SOMOS

História

Em 03/08/1913 foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria, Fabricação e Distribuição em Panificação e Confeitaria, Massas Alimentícias e Biscoitos, Produtos de Cacau e Balas, Laticínios e Produtos Derivados, Torrefação e Moagem do Café, Doces e Conservas Alimentícias e do Mate de Porto Alegre, sendo denominado primeiramente de Associação Padeiral e Sindicato dos Padeiros.

Faz parte desta história a Grande Greve de 1933/1934. Em agosto de 1933, durante a gestão de Salgado Filho no Ministério do Trabalho, o Governo Vargas baixa o Decreto nº. 23.140, que tratava sobre as condições de trabalho na indústria da Panificação e estabelecia a jornada de trabalho de 48 horas com repouso dominical. A Patronal não cumpria este Decreto, propondo uma contraproposta estabelecendo o reinício do trabalho aos domingos. No verão às 20:00 horas e no inverno às 18:00 horas. Não havendo acordo começa a ação por parte dos trabalhadores. O primeiro ato dos trabalhadores foi não comparecer "em massa" ao trabalho no dia 2910-1933. No dia 18-12-1933 o Sindicato delibera pela retirada do trabalho de seus 350 associados. Várias tentativas de negociação foram feitas, a ponto de envolver a FORGS (Federação Operária do Rio Grande do Sul) e a CINTA (Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul). Este conflito durou 57 dias com os trabalhadores paralisados, resultando no retorno dos trabalhadores ao trabalho com todos os 400 demitidos.

No resumo do trabalho, feito por Alexandre Fortes denominado "Como era gostoso o meu pão francês", ele diz o seguinte sobre a greve dos padeiros de Porto Alegre 1933/1934:

"A greve dos padeiros ocorrida em Porto Alegre entre fins de 1933 e o início de 1934 foi parte de uma importante mudança na relação entre trabalhadores organizados e o governo de Getúlio Vargas. Após 3 anos de expectativa frustada com relação às mudanças que a legislação trabalhista "revolucionária" deveria assegurar nas condições de trabalho, o movimento sindical volta a recorrer a formas de ação mais ofensivas. Esta inédita greve pelo cumprimento da lei marcou o momento em que o "discurso dos direitos" passa a ser reapropriado pelo ponto de vista da autonomia dos trabalhadores."

Outro capítulo importantíssimo da história do Sindicato, foi a conquista de quilo de pão diário para os padeiros com direito de levar para casa no final da jornada de trabalho. Esta se deu em 1945. Em 1950 o Sindicato Patronal entra com recurso a nível de Supremo Tribunal do Trabalho e é derrotado, ficando deste modo, consolidada esta conquista até os dias de hoje. Várias tentativas têm sido feitas para a retirada deste direito.

Também faz parte desta história o movimento de paralisação de um dia de assembléia permanente dos trabalhadores da Corlac (Laticínios) no dia 07 de janeiro de 1986, reivindicando os 26% retirados naquele ano, do reajuste integral da inflação acumulada no ano vigente, tendo ocorrido negociação favorável aos trabalhadores. Neste episódio 1200 trabalhadores permaneceram por mais de 05 horas em assembléia, fechando a Rua Mali, local da sede do Sindicato.

Outro episódio que envolve quase 100% da categoria, foi a greve do chocolate no ano de 1990, quando os trabalhadores da Neugebauer (650), começam uma greve com 32 companheiros da Manutenção e a Direção do Sindicato, sendo que, no segundo dia, 520 trabalhadores estavam do lado de fora do portão da fábrica, com a participação ativa da Associação dos Funcionários (ABEEN) e Grêmio, colocando à disposição desta luta, suas estruturas. Esta greve durou 09 dias, resultando no final na conquista da maioria das reivindicações, marcando uma página de glória na luta de classe.

É preciso que se diga que em todos os movimentos, tivemos sempre a ajuda e solidariedade de outros Sindicatos, Federação e do movimento social. Em 1933/1934, a solidariedade de várias categorias deram a sustentação, inclusive, para a família dos grevistas.
Outra observação que a história nos demonstra, é que na origem estiveram presentes na formação e em várias lutas, os anarquistas e, que os comunistas até hoje estão na linha de frente destas lutas.

Esta entidade tem orgulho de suas conquistas. Na última década o orgulho por ter conseguido a cláusula do Auxílio Escolar e férias de 36 dias para uma empresa do Laticínios. Por toda esta história e esta prática, na ditadura militar, o Sindicato foi alvo da intervenção do Ministério do Trabalho, sendo por muito tempo submetido à submissão ao mesmo.

No que diz respeito ao seu patrimônio a partir da metade da década de 70, a administração do Sindicato começa a priorizar a poupança, criando condições para aquisição da atual sede própria e a partir de ano de 1996, a condição para a construção da Colônia de Férias.

O que se observa é que a luta de classe não se esgota nunca e que o estado não é suficiente para garantir conquistas. É preciso estar sempre nesta disputa, das mais variadas formas. Somos cutistas desde 1992. Com a automação, as grandes redes de supermercados, os shopping centers e a abertura destes setores aos domingos, também por isso, hoje somos menos da metade do que éramos na década de 70 e 80.

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